viernes, marzo 31, 2006

Mais do que achamos

Você é rico e eu também. Estranho, não?! Mas é verdade. As pessoas que visitam este blog e sua própria mantenedora estão entre as pessoas mais afortunadas do mundo. No entanto, parece que ainda temos muito do que reclamar. Claro que a situação não está das mais confortáveis nem aqui nem no resto do planeta mas, mesmo assim, devemos agradecer pelo padrão em que nos encontramos.
Alguém pode ter acabado de ler isso e indagar: "Ah! Mas você escreve como se $ trouxesse felicidade. Basta adquiri-lo e pronto! Tudo se resolve". Seria compreensível se as pessoas assim procedessem (e eu não as culparia). Mas gostaria de apresentar alguns outros pontos. Pontos que surgiram da minha velha observação do cotidiano e julgados pelo modesto intelecto e por minha curta experiência de vida.
Quantos de vocês têm Internet, telefone, celular, tv, casa, veículo, aparelho de som, acesso a revistas, livros e outros canais de informação, roupas decentes, opções de lazer, saúde, boa educação, pessoas para conversar, amigos, namorado(a), atividades complementares, emprego e família fundamentalmente estruturada? Todos?! Ótimo! Vocês fazem parte de um privilegiadíssimo grupo.
Há 6 bilhões de pessoas neste planeta e se pelo menos 1/6 delas têm condições de adquirir tudo isso de que falamos acima, são as mais sortudas que existem. E quantas vezes nós reclamamos de nossas vidas, não é mesmo?! Chateamo-nos quando não conseguimos trocar nosso bom carro por um outro um tanto mais sofisticado; xingamos nosso colega por ele ter esquecido de nos convidar para uma tal festa; queremos esganar o pessoal da companhia telefônica pois eles atrasaram no serviço que se dispuseram a fazer; ficamos em depressão quando não somos correspondidos por "aquela" pessoa tão especial; gritamos horrores quandos cortamos o dedo...
Tsc, tsc, tsc. Deveríamos receber cartão vermelho. Somos vergonhosos. Temos a faca, o queijo e o presunto na mão e dizemos que estamos com fome. Pensamos de forma microscópica. Parece aquela maravilhosa história do homem que reclamava que não tinha sapatos e, quando olhou para o lado, viu um que não tinha pés.
Sugiro que vejamos de outra forma. Sugiro pensarmos nas pessoas que passam fome pois não têm absolutamente NADA para comer; naquelas que são alvo de grandes enfermidades mas, por falta de saneamento básico e de informações, não conseguem atendimento médico; que não têm Internet, celular, máquina fotográfica... nem mesmo rádio ou um simples jornal; que são analfabetas; que são deficientes; que tiveram a família morta por alguma guerra ou conflito armado; que não têm amigos nem sequer alguém para conversar; que não têm água encanada; que não têm nem carteira de identidade; que não têm nem um simples par de chinelos ou uma camisa limpa; que não têm emprego, nem mesmo salário, pois serve de escravo para algum calhorda; que não têm vida, apenas esperança...
Talvez este seja o post mais duro que já tenha escrito. Se alguém se sentiu mal por causa dele, ótimo. Era isso mesmo que eu queria. E não pensem que faço isso por maldade. Faço, simplesmente, por que percebi o colossal engano: não é nossa calça que é curta e sim nossa barriga que está cheia.

6 comentarios:

Anónimo dijo...

Suena muy bien lo que escribes..
Saludos!

Anónimo dijo...

La experiencia nos enseña a meditar los pasos, incluso los sabores, le edad nos hace más sabios o tal vez más desconfiados porque al fin y al cabo cada quien va en pos de sí mismo y su felicidad y pocos echan una ojeada alrededor.
Saluditos

Anónimo dijo...

Marcela.. como vc consegue ser tão doce e realista ao mesmo tempo?
Excelente post!
Bjinhus

Anónimo dijo...

Se todos pensassem como vc , o mundo não etaria na "m" que esta!
Parabéns garota, teu blog tem alma!
Um beijo e sucesso!

Anónimo dijo...

Isso mesmo Marcela, enquanto algumas pessoas lamentam por que acabou a Coca-Cola ... esquecem de olhar ao redor e ver que ali perto há quem não tenha nem água potável!
Precisamos parar de olhar para o próprio umbigo!
Forte abraço

Anónimo dijo...

Vocês já perceberam que quanto mais temos, mais queremos? Parece que o ser humano nunca está satisfeito ... vai entender!!