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Uma de minhas brincadeiras prediletas quando criança era tentar imaginar formas nas nuvens.

Junto com amigos passava horas "vendo" nos céus animais, pessoas, coisas... Quando a noite chegava, ficava na janela de minha casa observando as estrelas, impressionada com uma estória que me haviam contado. Segundo essa estória, da qual lembro só a parte principal, todas as pessoas que amássemos ao partirem, tornavam-se estrelas, e brilhariam no céu para sempre. Então, todas as noites ao observá-las, ficava pensando que um dia as pessoas que eram importantes para mim, estariam lá em cima, brilhando, olhando pra mim e por mim, e que um dia, EU também me juntaria á elas.

Como é doce o bálsamo da inocência!

Crescí e nunca mais olhei para o céu daquela forma. Perdi a pureza da imaginação que encobria a dura realidade, a fantasia, que transformava em poesia, acontecimentos normalmente tristes.

De que me vale saber que as nuvens são meras "condensações do vapor de àgua atmosférico" e, as estrelas "astros a milhares de quilometros de distância"? Se isso nada me acrescenta e, ainda me rouba a beleza da visão inocente que tinha, que me dava a certeza de ter os que amo para sempre e, me fazia sorrir com a possibilidade de um dia olhar o mundo lá de cima...