viernes, enero 30, 2009

He

Por unos días he jugado a ser niña, a ser feliz. A no pensar en el mañana, ni en qué toca hacer en unas horas; he jugado a hacer esas cosas que salen sin pensar; y a no pensar en las cosas.

Y me he creido una niña. Por lo menos unos días.

He hecho barcos en la arena y los he ensartado en cañas secas que portaban banderas invisibles, mostrando a Dios y al cielo dos insolentes tibias y una calavera; me he lanzado a la conquista de los siete mares sin provisiones ni munición, pero con una tripulación dispuesta, de corazón bravío, que hubiera vendido su alma por un polo de fresa.

He hecho agujeros en la orilla del mar para enterrarme los pies hasta la rodilla. Me he subido al carro de la osa mayor y he buscado la estrella polar; por si encontraba mi norte de una vez, aunque fuera por casualidad. Me he tumbado, entregado a las caricias de las olas, esperando una lluvia de estrellas que siempre me encontró dormida.

He leido historias para perder el tiempo mientras, sin darme cuenta, ganaba vida. He hablado de cosas importantes con gente desconocida y he discutido vanalidades con amigos del alma. He puesto en hora un reloj de sol.

He contado cangrejos en las rocas y he intentado pescar, sin éxito, peces de colores que se reian de mí. He participado en un desfile de medusas y no me han picado. Me he puesto un bañador para desayunar y no me lo he quitado hasta después de cenar. He olido cabellos mojados y saboreado besos frios. He arropado con toallas y frotando en la espalda para dar calor.

He jugado a ser niña y, por unos días, creo que lo he sido.

domingo, enero 25, 2009

Tentativa de auto consolo


Quando alguém vai embora, o dia, ainda que o sol brilhe e o céu esteja azul, fica cinzento, chuvoso, amuado. Um frio constante abaixa a temperatura do corpo, fazendo com que se fique encolhido e com o olhar perdido, como se tivessem apagado uma chama de dentro do coração. Chama esta que pode até voltar a se acender ( e é desejável que reacenda ). Mas sempre haverá uma falha nela - a falha deixada pelo alguém que foi embora.

Quando alguém vai embora, para nunca mais voltar, a alma leva um grande choque, por mais que a cabeça entenda que tudo, absolutamente tudo nessa vida é provisório e passageiro, que os caminhos se cruzam e se descruzam, e que certas coisas são inevitáveis. Então, a alma se veste do mais suntuoso negro, recolhendo-se, e ficando vazia e triste. Às vezes, os olhos, as mãos, a boca vazam essa tristeza; outras vezes, não há ânimo nem para isso. E assim, vestida de negro, a alma contempla a vida, esperando a hora de voltar a sorrir, ainda que o sorriso tenha um traço leve de tristeza - o traço deixado pelo alguém que foi embora.

Quando alguém vai embora, o tempo castiga quem ficou. O dia tem mais horas, os minutos mais segundos, e tudo é mais demorado e difícil. Às vezes, sente-se a densidade dos momentos passando, quase tão pesada que se poderia tocar com a mão. E, nessas horas, chega-se a ter certeza que jamais se poderá seguir com a vida em frente com a falta tamanha que aquele alguém que foi embora faz. Mas a vida segue, e quem ficou segue com ela.

Quando alguém vai embora, quase sempre vem um arrependimento, e a sensação estranha de que não há mais chances. Fica-se pensando na conversa importante que não houve, na declaração que não foi feita, no carinho que se deixou pra depois, nos erros que foram cometidos, no desabafo que não foi externado, no amor que ficou pra ser sentido, no tempo que era pra ser vivido juntos e cheio de tantas coisas, e agora tem que ser passado em solidão. E tudo isso vai formando um nó que tampa a garganta, interrompe a respiração durante o sono, não te deixa comer e provoca uma sensação de abandono que só poderia ser deixada por aquele alguém que foi embora, porque cada história é única.

Quando alguém vai embora, quem ficou percebe coisas que antes não eram percebidas, e quanto mais o tempo passa, mais se percebe. Começa a fazer falta aquele olhar de carinho ou reprovação, aquela voz invadindo a casa, aquela obrigação quase chata de ter que dar um telefonema, aquele jeito de falar e abraçar; e no começo dá a impressão de que tudo isso ficará perdido em algum lugar inatingível. As datas especiais ficam doloridas. Os códigos que só podem existir entre uma e outra pessoa que se gostam ficam sem sentido. A voz daquela pessoa soa em momentos inesperados, e o coração dói levemente. E quem ficou percebe que ninguém pode tomar o lugar daquele alguém que foi embora.

Quando alguém vai embora, as dúvidas começam a rondar a cabeça, e a fé sofre um abatimento. Percebe-se que o mais forte dos homens, a mais abençoada das mulheres, o mais saudável ser, um dia, sucumbe. Percebe-se que a existência é frágil. Vem a raiva, a percepção da impotência, o medo. Duvida-se da vida, da morte, de Deus, das pessoas, do amor. Assim como vem, as dúvidas vão e voltam sem resposta, porque não há respostas. E tudo isso pode virar amadurecimento ou amargura, dependendo de como quem fica quer aproveitar a experiência de perder o alguém que foi embora.

A verdade é que o mundo todo acaba quando alguém vai embora. E não dá a menor vontade de reconstruir nada. Nada.

Quando alguém vai embora, normalmente, se tem o carinho dos outros que ficam, e, passando pela mesma dor ou não, se preocupam em ser um consolo. E os abraços, os carinhos, as palavras, as lágrimas solidárias, o calor da alma dessas pessoas vai começando a esquentar a alma fria de quem ficou, a fazer efeito e recuperar o coração quebrado. E é nessas horas que se percebe o valor que tem dividir a vida com muitas pessoas em todos os momentos, porque são elas, e não o alguém que foi embora, que vão ajudando a levantar e olhar pra frente.

Quando alguém vai embora, quem ficou começa a trilhar uma estrada longa, que tem um nome melancólico - saudade. Essa estrada, a princípio, é enlameada, escorregadia, escura, esburacada; e muitas vezes faz cair, machucar, e quase desistir de andar. A dor é tão profunda, e parece estar enraizada em um lugar tão inacessível, que parece que nunca vai sarar. Mas ela sara. Aos poucos, ela sara. E aí chega a hora de deixar o tempo fazer seu trabalho. Chega a hora de sorrir de novo. De deixar as lembranças serem somente lembranças. De tirar o manto negro da alma. E, de repente, a estrada, apesar de a cada dia ter mais uns passos de distância, vai se tornando cada vez mais leve, mais iluminada, bonita até. E quem ficou percebe que, na verdade, aquele alguém pode até ter ido embora, mas nunca deixou de existir, e isso é uma forma de vida. A mesma vida que segue por tantas outras estradas que vão se cruzando, descruzando, e nunca voltam. E percebe-se que só se tem a agradecer a oportunidade de ter estado com aquele alguém que foi embora, mas sempre estará presente, de alguma forma. E então vem aquela paz que só o amor de verdade pode dar.

martes, enero 20, 2009

Recuerdos

A veces tengo la sensación de que mis recuerdos se van... poco a poco, con cautela y sosiego, en un día de lluvia. A veces siento que se van porque no los necesito, porque ya cumplieron su función... dejando espacio para otros.

Otras veces los persigo, como el perro que corre tras el dueño que lo lanzo por la ventanilla del coche, y corro hasta sentir un pinchazo en el medio del pecho... y jadeando mientras apoyo mis manos en mis rodillas flexadas, miro alzando la mirada siendo consciente de que lo estoy olvidando.

Otras en cambio aparecen de repente como golosinas, algo que crei haber olvidado, alguna tonteria de la infancia, algo que debio parecerme por entonces importante. Como el tic tac que hacia el reloj del comedor cuando todo estaba en silencio, o mi abuelo durmiendo la siesta, o aquel día que bailaba en el rellano de la escalera con unos pedientes de flor de campanilla que me colgo mi abuela.

A veces tengo la sensacion de que mis recuerdos van y vienen, ajenos a mi.

jueves, enero 15, 2009

Nota de esclarecimento

A autora deste blog comunica que, na qualidade de escritora, enquanto não chegar janeiro de 2012, vai continuar publicando suas IDÉIAS assim, com acento. Não estou dizendo que não aceito as mudanças. Apenas que me nego a me preocupar com isso.

Gostaria também de me mostrar solidária ao pessoal que trabalha com a língua escrita, e que agora terá algumas dores de cabeça a mais. E recomendar a todos que, a despeito dos loucos que gostam de complicar o que já não era muito fácil, continuem escrevendo, lendo, se comunicando e expressando com as palavras que aprendemos, reformadas ou não; porque a língua é viva. E é nossa.


Sobre esse desnecessário, caro e inexplicável acordo ortográfico, é o que tenho a dizer por hoje.

lunes, enero 12, 2009

Saudades

Um ano já se passou desde a sua partida... fica em paz mãeziha… que eu aqui fico, viva… e deixando você viver através de mim.

sábado, enero 10, 2009

Contradictório


A veces no basta con ser uno mismo.

Hay que hacerse el tonto, no aparentar demasiada seguridad, no disparar verdades y decir simplemente lo que la gente quiere escuchar.

De lo contrario si demuestras inteligencia, te tacharan de vanidosa, si aparentas seguridad te crearas rivalidades y cosecharas enemigos que sí son inseguros. Y si dices verdades solo conseguiras que la gente se aleje por mucho que digan que quieren oirlas.

Siempre es mentira.

Para decir las cosas no hay que ser clara, hay que dar rodeos, o mejor aún no decirlas, como cuando omites los acentos por mera vagancia.

Vivimos en una sociedad donde hay que broncearse, acudir al gimnasio y llevar un buen coche aunque para ello tengamos que vender el alma al mismisimo diablo, ser un trepa y pisar a Dios y a su madre antes de perder un estatus.

A veces me siento demasiado lejos de todo el mundo y tengo que hacer verdaderos esfuerzos por dejar de ser yo misma...