martes, agosto 29, 2006

Flash

Ontem sonhei com a vida passando como um filme diante de meus olhos. Consegui sentir o cheiro do café delicioso que minha mãe preparava antes de eu ir para o colégio aos 8 ou 9 anos. Pude rever aquele coleguinha que sentava ao meu lado nas aulas, que me encantava e, para quem até escrevia versos, nunca revelados.

Me ví, então, em outro cenário, rindo-me das piadas contadas pelos meus primos nas reuniões de família nas férias de julho... Mas, de repente, tudo fica escuro, e quando volta a luz, me vejo aos 16 anos, sentada próximo à janela, olhando os fogos de artifício brilhando no céu, ouvindo a música alegre e os sorrisos das famílias que festejavam nos apartamentos ao lado. Era, meia-noite, era ano novo, e eu estava só... mesmo rodeada de gente.

Me via agora aos 23, esperando meu pai. Era o reencontro, iria finalmente poder tê-lo ao meu lado. Ele chegou, eu o abracei. Como uma criança, deitei em seu colo... era um momento inestimável pra mim, não trocaria aquilo por nada no mundo. Mal podia acreditar quando ele alisava meus cabelos e me dizia que havia sentido minha falta. Como era bom ouvir aquelas palavras, sentir todo aquele carinho...

Viajei por vários outros momentos importantes, reviví tristezas e alegrias, me vi cantando, sorrindo, chorando...

Pela manhã ao acordar, levantei, olhei no espelho, e me vi diferente daquelas imagens que vira em meu sonho. O tempo passou, algumas feridas ainda não cicatrizaram, ainda restam mágoas profundas, inconscientes... mas sei que tenho uma missão a cumprir, e que nada do que passei foi em vão. E hoje, agradeço a Deus por tudo. Pois sei que um dia haverá, em algum lugar, uma porção de paz e felicidade para cada lágrima que derramei...

martes, agosto 22, 2006

Sentimiento de Falta


Estaba asistiendo el otro día, un documental en la televisión sobre los distintos pueblos mongoles. En determinado momento el reportero le pregunta a una de las mujeres de la tribu con ayuda de la intérprete: - “Viviendo en el medio de los bosques, de la misma forma desde tiempos lejanos, con la misma de organización de sus ancestros. ¿Hay algo que sientas falta, siendo que ya tuviste contactos con la civilización moderna?” Para sorpresa de todos, la intérprete no podo traducir la palabra “falta” siendo que la misma no existía en su idioma, ni tampoco en ninguno de los dialectos mongoles que conocía.

Nosotros los uruguayos tenemos varias palabras para apuntar la falta de algo o de alguna cosa. Y cada uno tiene su propia definición de peso en el tema. Cada cual carga con sus recuerdos y vivencias y la magnitud de los sentimientos por la Patria e o por algo que en Uruguay ya no se encuentra con tanta facilidad o quizás solo se encuentre en la memoria de pocos nostálgicos en que con mucho orgullo yo me encajo.

Extrañar como decimos (Y no como dicen los norteños), es un tema delicado para muchos y inadmisible de tratar para otros, siendo que a veces hacen sangrar heridas que uno insiste en que cicatricen a costo de un nuevo mundo (por que el nuevo siempre viene) y de la memoria de lo que no puede volver (por más que deseemos que los tiempos un día volviesen atrás).

Lo raro de pensar en el pasado, es que siempre viene cargado de recuerdos lindos. Mismo que los tiempos en infancia, hayan sido duros y llenos de “Faltas” que nos hacen a todo costo intentar recuperar (inútilmente) algo de la felicidad que no tuvimos, y de intentar mostrarles a los más jóvenes (también inútilmente) lo lindo que era el Uruguay con sus tradiciones y costumbres casi todos ya perdidos o dejados para tras.

La juventud no es más la misma. Y en verdad no tiene que ser. Pero perder las costumbres y la educación tan característica de los orientales, que a gran costo nos proporciono entre otros, el titulo de ciudad más amable y acogedora de Latino América, me parece que en este tema andamos para tras.

Pero algo se mantiene. Y tenemos que aprender a utilizar la tecnología, los nuevos hábitos y el futuro que hoy nos acerca y enlaza, con los recuerdos de las cometas remontando en un campo de potrero. Tenemos que entender que el mundo es de los jóvenes, pero la sabiduría esta presente en el conocimiento de los más viejos. Tenemos que entender que las costumbres y hábitos cambiaron. Pero que la educación y los modales son nuestra marca y que existe una parte de Uruguay que tiene que ser inmutable.

En nuestra cultura, al revés de la de los pueblos mongoles, existe si la palabra y el sentimiento de “Falta” y cuando existe este sentimiento, existe también la necesidad de rellenar esta “Falta”.

A nosotros que añoramos un Uruguay que no conocemos más, todavía podemos cerrar los ojos y llevar nuestro pensamiento a otros tiempos en que pasaba el vendedor de empanadas, el tiempo en que podíamos ir al teatro (que hoy es más una de las muchas iglesias populares), de tomar unos mates en los lindos parques y plazas sin que te roben y andar en el Transvía o en el autobús eléctrico con sus chispas al aire encantando los ojitos de los más chicos.

Yo, les confidencio, que donde más encontré ese sentimiento que “rellena” de que les hablo fue en el carnaval de calle. Más especifico en las cuerdas de los tambores llamándote en las llamadas y en las lágrimas del murguista que en noche de carnaval llora sus fantasías y añora como tú y yo un Uruguay querido, quizás perdido más siempre amado.

lunes, agosto 14, 2006

Desistentes

Quando comecei a fazer Psicologia, eu queria muito entender a cabeça das pessoas. E uma das primeiras coisas que me ensinaram é que é da natureza do ser humano buscar o prazer e evitar a dor. Invariavelmente. Com o tempo, vamos achando a medida disso; nem tudo pode ser só prazer e nem toda a dor pode ser evitada - é o preço de viver em grupo com outros seres humanos. Mas, basicamente, o que foge da nossa natureza de querer estar bem é distorção. É anormal.


Depois de algum estudo, eu descobri que entender a cabeça de alguém (inclusive a minha) era impossível, mas descobri também que as pessoas, em geral, não costumam ser criativas quando o assunto é conduzir a própria vida, e acabam repetindo certos padrões - para o bem e para o mal. E, com relação ao sofrimento, muita gente acaba se acostumando a ele. Normalmente, as pessoas tendem a esquecer o gosto da felicidade muito facilmente quando expostas a momentos ruins. Tendem a normalizar as dores, e, passado algum tempo, esquecem completamente de que há sempre - sempre - alternativas para a superação. Desenvolvem pânicos, depressões, síndromes, paranóias, estresses, somatizações e outros tipos de problemas que, no fundo, são sintomas evidentes de que algo não vai bem. E, não raro, preferem lidar com esses sintomas do que com a realidade que os causam.


É o que acontece, por exemplo, com mulheres espancadas pelos maridos, mas que não os denunciam e nem os deixam; com pessoas doentes que não procuram o médico; pessoas perturbadas que não buscam ajuda psicológica; com pessoas insatisfeitas com seu emprego, mas não mandam um currículo sequer para tentar outra coisa; com pessoas viciadas que não largam o vício; com amantes que não dão um basta na condição de ser a outra; com filhos que são reféns dos pais, e vice-versa; com pessoas que não conseguem dizer "não" aos abusos; com outras que não conseguem dizer sim a uma boa oportunidade. São pessoas que buscam o sofrimento, embora, muitas vezes, a solução seja extremamente simples. Pessoas que desistem. Simplesmente desistem de si mesmas e dos outros.


É uma força misteriosa essa que nos faz desistir. Ela vem devagar, sorrateira. Vai ganhando espaço aos poucos. É anti-natural. E, normalmente, invisível. Um desistente só percebe que desistiu quando já perdeu tudo que tinha - dinheiro, tempo, dignidade, saúde, talento, chances. E para alguém que já perdeu tudo, só resta continuar desistindo. E essa é a melhor receita para ser infeliz.


Alguém me disse uma vez que, salvo casos de extrema arbitrariedade e violência, não existem vítimas, e que as coisas andam exatamente do jeito que escolhemos que elas andem. Na época, achei um posicionamento radical e simplista. Caramba, nem sempre as coisas saem como planejamos. Somos constantemente surpreendidos pela vida, não há meios. E, para muita gente, não é possível sequer escolher porcaria nenhuma, porque as opções não existem.


Aí eu fui vivendo e vendo gente caída por todos os cantos, tentando olhar amorosamente para a dor dessas pessoas e aprendendo com elas; e por isso não as julgo - tento compreender. Mas vi também muita gente que com nada, ou quase nada, fez muito. Gente que foi humilhada, abusada, violentada; gente que não recebeu de graça absolutamente nada de ninguém; gente que nasceu com o selo de desistente na testa, mas o retirou brilhantemente. E aí penso que realmente não há vítimas - apenas motivações que levam as pessoas a deixarem pra lá essa coisa de viver decentemente.


Comecei a escrever esse post porque vi o resultado das pesquisas eleitorais. Fiquei pensando - por que raios as pessoas querem manter no poder alguém que comprovadamente roubou, corrompeu-se e corrompeu, manipulou, ofendeu e cuspiu simbolicamente no voto de milhões de brasileiros? Por que as pessoas estão desistindo desse jeito? Por que essa dormência? E aí pensei que a sociedade é só um espelho do que são as pessoas que a compõem. O buraco é mais embaixo - as pessoas estão, cada vez mais, desistindo. Os números das pesquisas apenas mostram uma maioria de pessoas desistentes. E isso é muito triste aos meus olhos.


Tudo diz que somos um lixo. O salário que ganhamos. A vida estressante que levamos. O que vemos na TV. Os padrões estéticos, éticos e econômicos. Os relacionamentos superficiais. Nós somos nada perto de um bandido nervoso com um celular no presídio; nada diante de um vírus ou uma bactéria. Nossa existência chega a ser ridícula. E vamos acreditando que não vale a pena pensar, não vale a pena fazer, não vale a pena argumentar, não vale a pena acreditar. Vamos acreditando que somos um lixo. E então, vamos desistindo.


Uma vez, conversei com uma pessoa que tinha assumidamente desistido de viver. Ela me disse: "o problema é que continuo a respirar". Sim, seria fácil desistir se não fosse isso. Continuamos a respirar. E o tempo não pára. E a vida é tão curta. E há tanto a fazer.


Ultimamente - não sei se é a vida que anda mais dura, ou eu que estou mais sensível e sem paciência - tenho sentido que há muitos convites para a desistência em minha vida. As pessoas dizem, com atos ou palavras - desista. Desista, Marcela, desista. Desista de ter um salário que seja justo com a nobreza e a importância do teu trabalho, ninguém vai dar valor. Desista de tentar não se submeter às regras imbecis, as pessoas são medíocres. Desista de ser sincera, as pessoas querem ser enganadas. Desista de ser honesta, ninguém presta mesmo. Desista de querer amar e ser amada profundamente e intensamente pelas pessoas a quem você dá amor profundo e intenso, conforme-se com migalhas. Desista de tentar achar um candidato honesto, que mereça o seu voto, todo político é safado. Desista de querer fazer as coisas direito, ninguém reconhece o que é bom na gente, só o que é ruim. Desista de tentar conversar sobre o que você sente com os outros, você se expõe demais. Desista, deixe a vida te levar. Desista, não dê pérolas aos porcos, não invista em coisas demoradas, não sonhe tanto. Desista de querer tanta coisa. Desista. Desista. Desista. A vida é dura. Conforme-se. E espere a sua morte chegar.


É sábio desistir do que não tem jeito. Mas é mais sábio ainda continuar tentando se há uma pequena chance de dar certo.


E aí eu pensei que ninguém vai me fazer desistir de algo que eu não consigo. Eu só desisto daquilo que eu não quero mais. E talvez essa seja a minha maior qualidade... E o meu maior defeito.


Só sei que, hoje, eu precisava escrever esse post pra dizer pra mim mesma que eu não quero ser uma desistente. Não quero. É bom que essas coisas fiquem registradas. Bem registradas.

viernes, agosto 11, 2006

Derecho

"No estoy de acuerdo con lo que dices, pero defenderé con mi vida tu derecho a expresarlo." - Voltaire

Siempre tendemos a reprocharle a las personas sus ideas, cuando no se corresponden con las nuestras.

Algunas personas llegan a extremos y suele serles imposible aceptar que alguien piense diferente.

A todos nos pasa... con algunas más que con otras. Hay cosas con las cuales nos sentimos directamente involucrados y que alguien piense o crea algo con lo que no estamos de acuerdo o que quizás es una idea errónea (haciendo muchísimas salvedades a esto, pues es difícil explicar que es verdadero y que no) pero siempre he creido que sea la idea que sea, cualquiera puede tenerla y defenderla.

Claro, todos y cada uno tiene el mismo derecho... Por eso cuando leí esta frase por primera vez, hace un par de años, la guardé como algo para recordar y tener en cuenta. Hay ideas que no me gustan, con las que no estoy de acuerdo y que incluso me parece que están fuera de época. Pero cualquiera tiene derecho a creer en ellas, siempre y cuando respete el derecho que los demás tenemos de guiarnos con otros ideales.

Algo que quizás no interesa: Estoy pasando por un mal momento... por lo cual no tengo mucho tiempo y por eso tengo algo abandonado esto y no puedo (no quiero) extenderme mucho.
Un beso a todos ;-)

lunes, agosto 07, 2006

Vinte e poucos anos

Quando eu era pequena, toda vez que eu fazia aniversário eu me sentia de um jeito muito esquisito, que só depois de adulta fui entender. É que ouvi uma musiquinha em um blog que encontrei por aí (infelizmente não guardei o link), em que um molequinho aniversariante diz que, quando a gente faz aniversário, se sente "bem maior, bem maior, bem maior do que era antes". Sente mesmo que é um gigante, que cresceu bastante, que está muito grande... Do tamanho de um elefante.


Depois de uns anos, a gente pára de se sentir grande e começa a se sentir velho. A palavra "velho", em sociedades ilógicas e estúpidas como a nossa, costuma ser associada a algo de ruim. Costuma-se pensar que quem fica velho, fica incapaz, fica acabado, fica inutilizado para algumas coisas, perde o viço e a beleza. Mas, por outro lado, quanto mais velho se fica, mais se sabe da vida. É inegável isso. Embora amadurecer seja uma opção (e tem gente que resiste a ficar maduro uma vida inteira ), o fato de o tempo passar, e com ele levar a nossa vida, vai nos ensinando um bocado de coisas, compulsoriamente. E aí a gente percebe que quando se para de crescer em centímetros verticais, só resta tentar crescer em outras medidas. Tentar fazer a alma, a mente, o espírito crescer. Ilimitadamente... O máximo que der.


Eu vou fazer 30. Trinta. Tinha também aquela canção do Legião, "aos vinte e nove com o retorno de saturno, decidi começar a viver". Me sinto um pouco assim. É que quando eu tinha 19, ainda não sabia bem quem mandava na minha vida, e não decidia quase nada. Vivia a minha vida, mas quem mandava nela era o balanço do mar. No máximo, as decisões dos outros. Mas com 29, eu já sou capaz de caminhar com as minhas pernas. Inclusive para decidir viver, e reviver, e viver de novo. Daqui a pouquinho, eu vou fazer 30 e vou ter uma década nova e diferente pela frente. E é uma delícia encontrar um zero, assim, do lado de um três. Dá uma impressão de recomeço. Parece que são só números, mas é muito mais que isso (eu não dou a mínima pra matemática, desculpa Évis...). São ciclos.


E se um ciclo vai começar daqui a alguns meses, é sinal que um outro está acabando. E vou ter um ano todo pra me despedir dele. Deve ser por isso que, apesar de todo carinho que eu sei que vou receber no meu aniversário, apesar de toda a festa e de me sentir grata por tudo que passou, me sinto triste. Com um gosto de despedida... E de medo também.


A casa dos 20 teve um quê de beleza e de emoção que talvez eu nunca mais volte a viver. É que foi um desfile de primeiras vezes. Antes, até tive alguns ensaios. Mas as coisas começaram a acontecer de verdade bem aí, nesta década que está se encerrando.


Meu primeiro amor - e com ele, minha primeira grande dor. Meu primeiro blog. Minha primeira faculdade. Meu primeiro cartão de crédito. Meu primeiro emprego decente. Minhas primeiras dívidas. Minha primeira vez viajando sozinha. Minha primeira viagem de avião. Meu primeiro afilhado. Meus primeiros vôos solo. A primeira vez que eu realmente me senti em solidão. Primeira aventura internética. A primeira vez que pensei em realmente me tornar mãe. A primeira vez que olhei no espelho e gostei de mim de verdade. O primeiro cabelo branco. O primeiro grande luto. A primeira ruga no rosto. A primeira chance de mandar tudo às favas. Aquela primeira vez. E muitos primeiros amigos.


Com dezenove, eu jamais poderia imaginar que aos vinte e nove eu teria feito tudo que fiz. Isso porque o tempo passa e muda quase tudo. Sempre há os cinquenta por cento que não depende de nós. E, graças à Deus, sempre há mudança. Talvez aos trinta e nove eu olhe e pense que não fiz nada do que pensei fazer. Mas, se for bom como é agora, estarei com esse sentimento de vida bem vivida. E pronta pra crescer ainda mais.


"Você já sabe, me conhece muito bem,
Eu sou capaz de ir vou muito mais além
Do que você imagina
Eu não desisto assim tão fácil, meu amor
Das coisas que eu quero fazer e ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço, seu valor
E eu só quero dessa vida é ser feliz
Eu não abro mão
Nem por você, nem por ninguém,
Eu me desfaço dos meus planos
Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos.
Tem gente ainda me esperando pra contar
As novidades que eu já canso de saber
Eu sei também que tem gente me enganando
Mas que bobagem, já é tempo pra crescer."

sábado, agosto 05, 2006

A Paz


É sábado, caminho lentamente pelas ruas de minha cidade natal, há pouca movimentação. A chuva fina molha aos poucos meus sapatos. Enquanto me aproximo do destino, ouço passos que não são meus, é uma passeata pela paz. Uma silenciosa manifestação de quase cem pessoas. Continuo andando pensando em um bom motivo para não estar no meio deles, prossigo em meu caminho. Na volta para a casa a chuva aumenta mas não abro o guarda-chuva, continuo só com a passeata pela paz. A minha paz.

miércoles, agosto 02, 2006

Diseñados para sufrir

Dedicamos nuestro esfuerzo a convertir la historia que nos ha tocado representar en un modelo perfecto ausente de sobresaltos, en el que la tranquilidad sea una regla invariable y continua.

Pero se nos olvida que la vida consiste precisamente en eso, en encontrar cada día situaciones nuevas que nos sorprendan y nos obliguen a movernos.

Creemos que nos encantaría vivir en la calma absoluta, pero estoy segura de que al saborearla nos empalagaría.

Nos quejamos siempre de los problemas que nos rodean sin darnos cuenta de que esos problemas se convierten en los retos que terminan por darle sentido a nuestra existencia.

Es como la historia del silencio que anhelamos ansiosamente mientras que el molesto ruido arruina nuestra tranquilidad. Pero si alguna vez llegamos a instalarnos en ese silencio total, nos daremos cuenta de que le tenemos miedo y de que no estamos preparados para continuar junto a él.

Por ahora, la única manera de vivir sin problemas o con la capacidad de evitar preocuparme por ellos que he podido experimentar es estar muerto, y a día de hoy no me apetece repetirlo.

No luchar por nada, no tener miedo a nada, no sufrir por nada, es lo mismo que no estar vivo.