"Queria poder falar algo que mudasse a minha vida hoje ou ouvir qualquer coisa que mudasse a minha direção mas sei que isso vai ficar apenas na minha cabeça mutante."
Lí essa reflexão em um blog chamado Vida Vazia, que por sinal, nada tem de vazio, e fiquei me questionando se seria realmente possível falar ou ouvir algo tão forte a ponto de mudar o rumo de uma vida.
No início, achei improvável a idéia. Afinal, "falar" sem "fazer" não causaria alterações significativas que justificassem o risco. No entanto, fiquei pensando a esse respeito por algum tempo e cheguei a conclusão de que isso pode sim vir a acontecer.
O "falar" seria o mais difícil, pois traria inevitáveis consequências, principalmente no meu caso.
Se pudesse, diria TUDO o que realmente sinto em relação às coisas que abomino e que, por obrigação social, ética ou mesmo por costume ou comodismo, tenho que suportar.
Certa vez ouvi de alguém que somos TODOS hipócritas em algum grau. Concordo plenamente.
Se puxarmos pela memória, poderemos observar que várias vezes durante nossas vidas fingimos sentir ou gostar de alguém ou de alguma coisa. E isso é normal. Quem não agir assim, será certamente uma pessoa mais sincera, mas será também considerada extremamente grosseira e anti-social. E isso não tem lógica. A quem finge, todos os méritos e adjetivos mais agradáveis: "gente fina", "simpático", "sociável", "legal"... ninguém sabe o que se esconde por detrás de tantos sorrisos e tapinhas nas costas.
Quem tenta ser verdadeiro e se recusa a mentir, dissimular, tem: "personalidade forte", é "mal-amado", "antipático", "chato"...
No final das contas, como diria a autora da reflexão citada, "isso vai ficar apenas na minha cabeça mutante".
Infelizmente ainda preciso de minha hipocrisia para sobreviver...
Ah, e o que eu gostaria de ouvir? O que todos querem: aquela frase curta, tão banalizada nos dias de hoje... mas se dita de forma sincera, muda tudo e a esperança se renova, pois outras portas se abrem e surgem novos caminhos...