domingo, abril 27, 2008

Noche

Me encanta la noche. Supongo que nací medio murciélaga. Y no es sólo porque a la luz de la luna vaya de aquí para allá volando sin ton ni son, ciega perdidoa y duerma cabeza abajo con los pies en la almohada, aferrada a mí misma (aunque visto así, el parecido es enorme). Me encanta la noche, porque cada día me muestra una cara diferente de la soledad. A veces la amo con locura y a veces la odio. A la noche. A la soledad siempre la amo, porque no es un castigo. La inmensa mayoría de las veces, casi siempre, encuentro que es una verdadera bendición.

jueves, abril 24, 2008

Caso Isabella: a dor da falta de sentido


Eu tentei não ler sobre a morte da menina Isabella. Também evitei, na época, os detalhes do assassinato daquele menino arrastado, o João Hélio, porque, na minha profissão, eu tenho que selecionar os horrores, senão eu fico maluco. Mas eu não consegui! Eu vi o desfecho do caso da menina morta. Essa tragédia não é só das vítimas: nós também sofremos para entender esse mal incompreensível. Cresce em nós uma pele de rinoceronte na alma; com o coração mais duro, ficamos mais cínicos, mais passivos diante da crueldade. Um filósofo chamado Oswaldo Giacoia Júnior escreveu, uma vez, o seguinte: "O insuportável não é só a dor mas a falta de sentido da dor e mais ainda a dor da falta de sentido".

Como entender que um pai e uma madrasta possam ter ferido, estrangulado e atirado uma menininha de cinco anos pela janela? Como entender a cara sólida e cínica que eles ostentam para fingir inocência? Como não demonstram sentimentos de culpa algum? Ninguém berra, ninguém chora! Como podem querer viver depois disso? Como essa família toda, pais, mães, irmãos se unem na ocultação de um crime? Como o avô pode dizer com cara de pau que 'se meu filho fosse culpado eu o denunciaria'? O que quer essa gente? Preservar o bom nome da família? Mas são parentes ou são cúmplices?

A polícia deu um show de bola pericial no caso Isabella. Mas dá para sentir que a nossa estrutura penal tá muito defasada com este espantoso crescimento da barbárie. Como se pode tolerar que um sujeito que foi condenado outro dia, na semana passada, somente a treze anos por ter esquartejado a namorada, alegando legítima defesa, possa ficar em liberdade até esgotar os recursos que a lei prevê, como diz o Supremo Tribunal de Justiça? Como entender que aquele jornalista, o Pimenta das Neves, que premeditou o assassinato da namorada com dois tiros pelas costas e na cabeça, condenado já a seis anos, esteja ainda em liberdade, na boa?

As leis de execução penal têm de ser aceleradas, as punições têm de ser mais terríveis, mais violentas, mais rápidas, mais temíveis. Há um crescimento da crueldade acima de qualquer codificação jurídica. Essa lentidão, esse arcaísmo da justiça, é visível não só nos chamados crimes de classe média não, como também na barbárie que galopa nas periferias. O Elias Maluco (lembram, aquele que matou o Tim Lopes com golpes de espada?) estava em liberdade condicional, sabiam? Não se trata mais de uma perversão do humano, mas de uma perversão do animal em nós. Os pensadores da justiça continuam a tratar os crimes como desvios da norma, praticados por cidadãos iguais. Tem de acabar o tempo dos casuísmos, das leniências, das chicanas. E esse casal de pedra, esses monstros? Será que vão se defender em liberdade esgotando os recursos da lei, como o esquartejador com justa causa? Serão condenados a dez aninhos com atenuantes? O que acontecerá com eles? A lei tem de ser mais temida, mais rápida e mais cruel... Esses vacilos da justiça explicam sucessos em filmes como "Tropa de Elite" e até explicam fantasias de linchamento em nossas cabeças. Que Deus me perdoe.

Um texto do Arnaldo Jabor

martes, abril 22, 2008

Telegrama

Eu tava triste tristinho
mais sem graça que a top model magrela
na passarela
eu tava só sozinho
mais solitário que um paulistano
que um canastrão na hora que cai o pano
(que um vilão de filme mexicano)
tava mais bobo que banda de rock
que um palhaço do circo vostok

Mas ontem eu recebi um telegrama
era você de aracaju ou do alabama
dizendo nego sinta-se feliz
porque no mundo tem alguém que diz:
que muito te ama que tanto te ama
que muito muito te ama que tanto te ama

Por isso hoje eu acordei
com uma vontade danada
de mandar flores ao delegado 2x
de bater na porta do vizinho
e desejar bom dia
de beijar o português da padaria

Mama oh mama oh mama
quero ser seu
quero ser seu
quero ser seu
quero ser seu papa

Zeca, sempre ele...

sábado, abril 12, 2008

Tristeza

Quando estou triste, gosto mesmo que chova. Acho que tristeza não combina com dias ensolarados e gramados verdes. Esse tal sentimento parece com o cinza do céu, com falta de luz e a completa ausência de velas [elas são românticas], com decepções, com horas jogadas fora, com um nada de brilho no olhar. A não ser que esse tal brilho venha de uma lágrima que não sabe se cai ou se enfeita aquele estranho semblante que não consegue se misturar à multidão.

Quando estou triste, gosto mesmo de dias de chuva. É quando posso chorar e ninguém, ou quase ninguém, vai saber se eu choro ou se é essa tal chuva que insiste em molhar meu rosto e minha alma também.

miércoles, abril 09, 2008

Pedido de desculpas


Desculpem a ausência.
Reclamações no setor de inspiração.