Emocional demais...

Sempre ouço alguém a me dizer que minha maneira de ver o mundo é adorável e que gostariam de olhar para a vida da mesma forma. Me perguntam como fazê-lo. A verdade é que não sei... Encaro quase tudo que me cerca de uma maneira diferente, sim, é verdade. Mas isso não significa que não enxergue as coisas como de fato são. Sei que a maioria das pessoas prefere a praticidade ao romantismo e, quase sempre, priorizam a razão, e vêem na emoção uma fraqueza. O que faço, institivamente, é ignorar essa realidade. Sei que os acontecimentos não giram em torno de mim ou do que penso. Mas tenho fé que eu não seja a única a pensar e defender minhas convicções de forma sincera e espontânea. É fácil agir assim porque sou assim...

Nada invejável essa característica. Ser emocional é estar exposto a tudo. Às decepções, por criarmos expectativas demais, e aos inevitáveis preconceitos, quando coisas que consideramos importantes são ironizadas, satirizadas... A vida, no entanto, nos impõe a necessidade de adquirirmos características mais racionais em relação a certas questões. Passamos, por exemplo, anos procurando pelo par ideal, por aquela pessoa que nos complete. O que a maioria faz, na realidade, é anular sua individualidade, para adequar-se aos desejos do outro e vice versa. Quando, por inúmeros motivos, a chama da paixão se apaga, as máscaras caem e essas pessoas mostram como realmente são. Mas não fazem isso propositalmente. A necessidade de agradar e de serem aceitos os impele a agir assim.

Para que novas desilusões sejam evitadas, precisamos nos deixar levar por nosso lado mais racional. Somente assim, sem criarmos as habituais expectativas, conseguiremos ver que não existem pessoas que se comportem de forma exatamente igual a nossa, que tenham as mesmas idéias e convicções. E se tivesse realmente que responder as questões que comentei no inicio desse texto, diria: Sejam vocês mesmos, chorem se quiserem chorar, gritem se isso lhes ajuda a desabafar, mas, principalmente, não banalizem o amor. Dediquem-no a alguém realmente especial, e não me perguntem como, mas saberão a quem e como dizê-lo. Afinal, como um dia disse Pascal: "O coração tem razões que a própria razão desconhece"...