A importância do passado

Meus caros, já notaram que tudo de importante que temos faz parte do passado? Nada somos sem ele. Não nos tornamos ninguém sem ele. Praticamente tudo que temos pertence a ele. Numa fração de segundos toda a nossa alegria, altivez, orgulho, sabedoria, prazer e bonança já se encontra na gavetinha do passado.

Já recebi de alguns amigos, e-mails do tipo "Você se lembra?" repleto de imagens e fatos que fizeram a história da minha vida e também de outros contemporâneos.

Realmente era maravilhoso jogar Atari, ver a rua cheia de gente sorrindo, brincando e se abraçando no final do ano (mesmo quando a inflação era altíssima), colecionar papel de carta, cantar as músicas do "Trem da Alegria", brincar com os "Ursinhos Pepesos", pular amarelinha... e o que dizer de assistir "Nacional Kid" e "Jaspion"? Putz... era bom demais.

Só há uma coisa ruim no passado. Eu diria ruim e extremamente covarde: é que ele não se repete. Se tivéssemos acesso freqüente a ele poderíamos corrigir nossos erros. Não teríamos escrito ou desenhado uma coisa feia, não teríamos desejado mal a ninguém, não teríamos feito ninguém chorar, não teríamos errado em algumas ocasiões, não teríamos tido medo, teríamos sido mais espertos ou esforçados ou ainda mais compreensivos... teríamos sido mais do que menos.

Aproveitemos também para ampliar nosso pensamento: não haveria determinada guerra, uma grande catástrofe poderia ser evitada, pessoas importantes não teriam morrido...

Mas até nisso o passado nos é surpreendente. Se tivéssemos, realmente, a oportunidade de retornar...nunca amadureceríamos. Erros seriam simples constructos e não uma realidade. E se os erros não nos fossem presentes, não haveria aprendizado e muito menos progresso. O mundo seria, se formos criativos o suficiente, um lugar utópico; da mesma forma que seria caso a "máquina do tempo" caísse em mãos erradas.

Talvez seja mesmo esta a função do passado: servir-nos de enciclopédia. ;-)

¿ Em que estaria pensando?