domingo, mayo 21, 2006

Filosofando sobre Probabilidades

Estava me lembrando dia desses de um artigo de um colunista da "Veja". Ele falava de uma reunião envolvendo empresários do mundo todo e citava o discurso de um deles sobre o mérito.
Dizia esse homem de negócios que mérito não existia. Fiquei um tanto confusa ao ler o trecho mas continuei. Afirmava que tudo que conseguira na vida devia a fatores hereditários, sobre os quais não tinha controle: sua elevada capacidade para as relações políticas e econômicas nada mais era do que o resultado feliz de uma probabilidade, ou seja, ele era o homem certo, com os genes certos para uma determinada função.
Aquilo ficou na minha cabeça durante um período, deu uma hibernada e agora volta para me inspirar a um novo post.
Bem enraizada está a idéia de mérito em nossa sociedade, assim como é a base do estilo de vida americano: se você se esforça, pode conseguir. Mas seria mesmo verdade que algumas de nossas características deveriam ser assim tão superestimadas?!
Peguemos um exemplo: beleza. Especialistas em Psicologia e Relações Humanas concordam que uma boa aparência vende, convence. Damos aos mais belos características positivas, sentimo-nos confortáveis com sua presença, como se fosse um privilégio tê-los por perto. Mas que razão temos para pensar que isso é verdade?! Se pararmos para uma observação e daí tirar uma análise, veremos que os muito belos se destacam da multidão, como um ponto vermelho em meio aos brancos.
E por que isso acontece?! Por um mero acaso, por nossa já conhecida e matemática PROBABILIDADE.
Você não tem controle (e, por causa disso, muito menos culpa) sobre a cor dos seus olhos, dos cabelos, do tipo de pele ou da estrutura física. Tudo isso e mais alguma coisa lhe foi passada sem que pudesse escolher. Com seu nome aconteceu a mesmíssima coisa. O fato de ter rosto redondo ou ovalado, cabelos lisos ou cacheados, ser alto ou baixo não se deve a uma conquista de esforço. Você apenas É e ponto final.
Com a inteligência, se dá algo parecido. Toda pessoa mais ou menos informada sabe que há vários tipos. E personalidades do mundo inteiro estão aí para provar: Pelé com sua inteligência espacial-corporal; Newton com a lógico-matemática; Beethoven com a musical e etc. Será que algum deles receberia tanto destaque numa área diferente?! Mesmo que a resposta fosse "não", isso não lhes diminuiria a genialidade. Afinal, seus feitos estão aí para quem quiser ver.
Obviamente que, nestes casos, não basta possuir a capacidade mas também colocá-la à prova.
Portanto, da próxima vez que se olhar no espelho ou se encontrar em uma situação na qual pouco pode fazer, não se culpe demasiadamente. Se houver limitações, reconheça-as e supere-as.
O mundo não vai esperar por você, nem o tempo voltará atrás. O mesmo vale para os "sortudos". O orgulho e a onipotência que podem sentir são completamente infundados e ingênuos.
Cabe a cada um de nós fazer o melhor com o que temos mas lembrando sempre que a existência é um mero jogar de dados ;-)
Carpe Diem!!

4 comentarios:

Anónimo dijo...

E nesse jogo não há lugar para perdedores!

Mais uma rodada por favor!!

Bjus

Sil

Vica dijo...

Interessante... sei lá... tudo muito Darwiniano pro meu gosto. Beijos.

Anónimo dijo...

Meu professor de Álgebra Moderna sempre diz: DEUS não existe, tudo é estatística e probabilidade! Se vc for assaltado, é porque vc entrou pra estatística dos assaltados. Se sua mãe morreu, não é porque Deus quis e sim pq ela entrou na estatística de ter uma certa doença e por aí vai! Muito louco ele! HAHAHA

Contudo, acredito que esse mero lançar lançar de dados não definiu a cor do meu olho, ficou algo do tipo meio mel... Mas não foi discutir a questão, já estou cansado! HAHAHA

Me fez pensar... Curti!
Boa semana!

Anónimo dijo...

Uma visão bastante cética.. porém real.