lunes, enero 15, 2007

Juízes

“Com a mesma ferocidade que ora julgas, outrora serás julgado”

Esse sempre foi um dos meus mantras pessoais, uma tentativa (nem sempre bem sucedida) de lembrar que não cabe a mim julgar ações alheias. Nos últimos dias eu estive refletindo sobre os “juízes” em nossas vidas e não posso deixar de pensar que não há juiz tão implacável quanto nós mesmos.

A capacidade de perdão e compreensão dos seres humanos se restringe a terceiros e em muitas situações o mais difícil é perdoarmos a nós mesmos. Como calar a voz interior que há todo o momento nos lembra de nossas falhas? Das palavras que nunca deveriam ser ditas, das lágrimas que caíram involuntariamente, da quebra de promessas, da fraqueza que nos faz sucumbir às tentações.

Se reconhecemos nossos erros e pedimos desculpas às pessoas que amamos (e até mesmo às que detestamos), o que é preciso para sermos dignos do nosso perdão? Será que o conceito de absolvição está sempre atrelado à punição? E se precisamos ser punidos, será que o arrependimento e as horas não dormidas não são o bastante?

Marcela Torrente
que não consegue "baixar o martelo"

1 comentario:

Anónimo dijo...

Nossa, eu estive pensando nisso um dia desses. Não perdoo meus próprios erros. Acho que não admito errar. Por que queremos ser perfeitos?
Ah, li aquele texto. Concordo com você.
Beijos