
Não foi minha intenção ser hipócrita, mas essas atitudes bossais que tomamos, são tão incontroláveis quanto os surtos que tenho de vez em quando. E me sinto fantástica quando os tenho. Me sinto fantástica quando consigo confundir o óbvio, mesmo quando é impossivelmente eloqüente. Dessa janela vejo o céu escuro, o claro luar tentando sobreviver por entre as nuvens. Não adianta tocar a campainha, nem meus suspiros estarão à espera. Dessa janela quero lavar a sujeira da minha mente infantil. E minhas memórias pueris. Vejo uma menina chorando e o grito da criança solitária que fui. E me lembro que minha solidão sempre foi acompanhada da minha pequena irmã que também vejo daqui. E eu amo seu sorriso mais que a poesia. Amo muito mais que o amor. Amo tanto que a dor é pequena. Nem a saudade é maior. Dessa janela vejo o mundo que tenho pra ganhar. Vejo as viagens que tenho que fazer. As várias línguas que tenho pra aprender. As várias cidades que quero morar. Culturas, culturas e culturas que quero conhecer. Obrigado janela, por me mostrar que ainda tenho sonhos e os sonhos me renovam.